Exoesqueleto
melhora desempenho para andar e para correr
Redação
do Site Inovação Tecnológica - 23/10/2019
A roupa robótica apresentou ganhos no andar e no correr, tanto em
ambiente interno quanto externo.
[Imagem: Jinsoo Kim et al. - 10.1126/science.aav7536]
Roupa robótica
Uma nova "exorroupa" -
ou um exoesqueleto robótico macio - consegue dar
assistência durante o andar e o correr, proporcionando uma economia
significativa de energia em termos de atividade metabólica.
Mais importante ainda, a roupa
robótica permite um ganho líquido de energia em ambas as modalidades.
"Os exoesqueletos robóticos
tendem a ser volumosos e pesados; e, embora as experiências de caminhada tenham
mostrado resultados promissores, a energia gasta para correr com o peso
adicional do dispositivo supera os benefícios da assistência robótica,"
disse o professor Giuk Lee, da Universidade Chung-Ang, na Coreia do Sul.
O problema está no fato de que
caminhar e correr têm uma biomecânica fundamentalmente diferente, o que torna
desafiador criar dispositivos que auxiliem os dois tipos de marcha.
Para lidar com esse desafio, a
equipe coreana adotou duas abordagens. A primeira foi fabricar a exorroupa
principalmente de tecido, incluindo o cinto e os envoltórios de fixação, o que
permitiu baixar o peso do dispositivo inteiro para apenas 5 kg. A segunda foi
criar um mecanismo que permite alternar o modo de assistência automaticamente
entre andar e correr, para alcançar a máxima eficiência da assistência.
Um algoritmo analisa os dados
coletados pelos sensores do exoesqueleto e classifica a marcha (caminhada ou
corrida), fornecendo feedback ao dispositivo e ajustando o modo de assistência.
Testes em esteira e em ambientes externos revelaram que o algoritmo foi capaz
de identificar corretamente a marcha em mais de 99,98% do tempo.
Assistência do robô de vestir
A assistência do exoesqueleto
reduziu o custo de energia da caminhada a uma velocidade de 1,5 metro por
segundo (4,8 km por hora) em 9,3%, equivalente ao usuário perder 7,4 kg. A
economia de energia durante a corrida (velocidade de 2,5 metros por segundo ou
9 km por hora) chegou a 4%, equivalente a uma perda de peso de 5,7 kg.
"Embora as mudanças na taxa
metabólica sejam relativamente modestas, elas são de magnitude semelhante às
que foram comprovadamente suficientes para melhorar o desempenho máximo de
caminhada e corrida. Portanto, acreditamos que essas economias de energia
possam resultar em aumentos proporcionais no desempenho máximo, por exemplo, em
um percurso de corrida ao ar livre," disse o professor Lee.
O traje robótico foi projetado
tendo em mente pessoas com restrições de mobilidade, particularmente aquelas
com função limitada do joelho ou amputados acima do joelho. Mas também poderá
ser usado para assistência a pessoas sem deficiências físicas.
"Esperamos que esse 'robô de
vestir' tenha muitos usos, como auxiliar no treinamento de reabilitação para
pacientes idosos e melhorar a eficiência do trabalho de soldados ou bombeiros.
A longo prazo, imaginamos essa exorroupa pendurada no armário o tempo todo,
assim como as roupas que usamos todos os dias," conclui Lee.
Bibliografia:
Artigo: Reducing the metabolic rate of walking and running with a versatile, portable exosuit
Autores: Jinsoo Kim, Giuk Lee, Roman Heimgartner, Dheepak Arumukhom Revi, Nikos Karavas, Danielle Nathanson, Ignacio Galiana, Asa Eckert-Erdheim, Patrick Murphy, David Perry, Nicolas Menard, Dabin Kim Choe, Philippe Malcolm, Conor J. Walsh - Revista: Science - Vol.: 365, Issue 6454, pp. 668-672 - DOI: 10.1126/science.aav7536
Artigo: Reducing the metabolic rate of walking and running with a versatile, portable exosuit
Autores: Jinsoo Kim, Giuk Lee, Roman Heimgartner, Dheepak Arumukhom Revi, Nikos Karavas, Danielle Nathanson, Ignacio Galiana, Asa Eckert-Erdheim, Patrick Murphy, David Perry, Nicolas Menard, Dabin Kim Choe, Philippe Malcolm, Conor J. Walsh - Revista: Science - Vol.: 365, Issue 6454, pp. 668-672 - DOI: 10.1126/science.aav7536
Nenhum comentário:
Postar um comentário