Inteligência Artificial coloca constrangimentos à teoria da evolução
As cores representam os períodos geológicos desde o Toniano, começando 1 bilhão de anos atrás, em amarelo, até o atual período Quaternário, em verde. A transição da cor vermelha para a azul marca a extinção em massa do final do Permiano, um dos eventos mais perturbadores no registro fóssil. |
Radiações e extinções
Os cientistas há muito acreditam
que as extinções em massa de formas de vida na Terra criam períodos muito
produtivos de evolução das espécies, ou "radiações", um modelo
conhecido como "destruição criativa".
No entanto, uma nova análise com
uma amplitude nunca feita antes mostrou resultados bem diferentes.
Cientistas do Instituto de
Tecnologia de Tóquio usaram o aprendizado de máquina para examinar a
co-ocorrência de espécies fósseis e descobriram que radiações e extinções
raramente estiveram conectadas na história da vida na Terra.
Em outras palavras, as extinções
em massa geralmente não causam radiações em massa, o que é um grande problema
para o neo-darwinismo.
O problema do surgimento das
espécies
A destruição criativa é central
para os conceitos clássicos de evolução. Parece claro pelo registro fóssil que
há períodos em que muitas espécies desaparecem repentinamente, e muitas
espécies novas aparecem de repente.
O "de repente" sempre
foi uma pedra no sapato dos teóricos, uma vez que o mecanismo de surgimento de
novas espécies está longe de ser claro - sem teorias razoáveis para esse
mecanismo até agora, os biólogos tipicamente deixam o problema em compasso de
espera afirmando que novas espécies surgem "ao longo de milhões de
anos", e não "de repente".
De fato, radiações (emergências
de vida) de uma escala comparável às extinções em massa - que os autores deste
novo estudo chamam de radiações em massa - têm sido muito menos estudadas do
que os eventos de extinção, que estão claros no registro paleontológico.
Para tentar cobrir a lacuna, Jennifer Cuthill e seus colegas compararam os impactos da extinção e da radiação ao longo do período para o qual fósseis estão disponíveis, o chamado Eon Fanerozóico. O Fanerozóico (do grego "vida aparente") representa o período mais recente de 550 milhões de anos da história total da Terra e é significativo para os paleontólogos porque, antes deste período, a maioria dos organismos que existiam eram micróbios, que não formavam fósseis facilmente, o que torna o registro evolutivo anterior difícil de observar.
[Imagem: NASA] |
Fazendo a teoria evoluir
A equipe usou um programa de
aprendizado de máquina para examinar a co-ocorrência temporal de espécies no
registro fóssil fanerozóico, examinando mais de um milhão de entradas em um
enorme banco de dados público que inclui quase duzentas mil espécies.
Os resultados sugerem que a
destruição criativa não é uma boa descrição de como as espécies se originaram
ou foram extintas durante o Fanerozóico.
O método objetivo de inteligência
artificial identificou nos dados os "cinco grandes" eventos de
extinção em massa já descritos pelos paleontólogos, mas demonstrou que eles
estão entre os 5% principais eventos de perturbações significativas em que a
extinção ultrapassou a radiação ou vice-versa.
Na verdade, muitos dos momentos
mais notáveis da radiação evolutiva ocorreram quando a vida entrou em novas
arenas evolucionárias e ecológicas, como durante a explosão cambriana da
diversidade animal e da expansão carbonífera dos biomas florestais.
O programa também identificou
sete extinções em massa adicionais nunca descritas, dois eventos combinados de
extinção em massa e radiação, e quinze radiações em massa - em outras palavras,
a emergência de vida em massa superou as extinções em massa por um placar de 15
a 12.
Surpreendentemente, em contraste
com as narrativas anteriores, que enfatizam a importância das radiações
pós-extinção, o estudo demonstrou que as radiações em massa e as extinções mais
comparáveis raramente estiveram acopladas no tempo, o que refuta a ideia de uma
relação causal entre elas.
Estes são resultados marcantes
para a teoria da evolução, trazendo desafios para biólogos e paleontólogos, que
agora terão que se deparar com a época em que suas teorias precisam dar um
salto evolutivo.
Noticia: inovaçãotecnologica
Nenhum comentário:
Postar um comentário