Energia
Redação do Site
Inovação Tecnológica - 26/02/2019
Na folha artificial bioinspirada, o CO2 (bolas vermelhas e pretas) entra
na folha quando a água (bolas brancas e vermelhas) evapora do fundo da folha.
Um fotossistema artificial (círculo roxo no centro da folha), feito de um
absorvedor de luz revestido com catalisadores, converte CO2 em CO e quebra as
moléculas de água (mostradas como bolas vermelhas duplas) usando a luz solar.
[Imagem: Meenesh Singh]
Folhas
artificiais na natureza
Pesquisadores
da Universidade de Illinois, nos EUA, propuseram uma solução que pode trazer as
folhas artificiais para fora dos laboratórios.
Eles criaram
uma folha artificial biomimética que absorve o dióxido de carbono (CO2) do ar
com uma eficiência pelo menos 10 vezes maior do que as folhas naturais, e então
converte o gás de efeito estufa em combustível.
Folhas artificiais são dispositivos
projetados para imitar a fotossíntese, o processo pelo qual as plantas usam a
água e o dióxido de carbono do ar para produzir carboidratos usando a energia
solar.
Contudo,
mesmo as folhas artificiais de última geração, que prometem reduzir o dióxido
de carbono da atmosfera, só funcionam em laboratório porque só conseguem
absorver dióxido de carbono ultrapuro, obtido em tanques pressurizados, mas não
no ar ambiente.
Funcionamento
da folha artificial
Meenesh Singh
e Aditya Prajapati propuseram resolver esse problema encapsulando uma folha
artificial tradicional dentro de uma cápsula transparente feita de uma membrana
semipermeável de resina de amônia quaternária preenchida com água.
A membrana
permite que a água do interior evapore quando aquecida pela luz solar. À medida
que a água passa pela membrana, ela retira seletivamente o dióxido de carbono
do ar.
A unidade
fotossintética artificial dentro da cápsula é composta por um absorvedor de luz
revestido com catalisadores, que convertem o dióxido de carbono em monóxido de
carbono, que pode então ser coletado e usado como base para a criação de vários
combustíveis sintéticos. Também se produz oxigênio, que pode ser coletado ou
liberado no meio ambiente.
"Envelopando
a tecnologia tradicional de folhas artificiais dentro dessa membrana
especializada, a unidade inteira é capaz de funcionar do lado de fora, como uma
folha natural," disse Singh.
Estrutura da folha artificial. [Imagem: Aditya
Prajapati/Meenesh R. Singh]
Árvore
artificial
De acordo com
os cálculos da dupla, 360 folhas artificiais, cada uma com 1,7 metro de
comprimento e 0,2 metro de largura, produziriam cerca de meia tonelada de
monóxido de carbono por dia, que poderia ser usado como base para combustíveis
sintéticos. Cobrindo uma área de 500 metros quadrados, em um dia essas 360
folhas artificiais seriam capazes de reduzir os níveis de dióxido de carbono em
10% no ar circundante em um raio de 100 metros da "árvore
artificial".
"Nosso
projeto conceitual utiliza materiais e tecnologia prontamente disponíveis que,
quando combinados, podem produzir uma folha artificial pronta para ser
implantada fora do laboratório, onde pode desempenhar um papel significativo na
redução de gases de efeito estufa na atmosfera," disse Singh.
Um
inconveniente do projeto é o uso da amônia quaternária, que é um composto
altamente tóxico, embora seja largamente utilizado pela indústria como
desinfetante.
Bibliografia:
Assessment of Artificial Photosynthetic Systems for Integrated Carbon Capture and Conversion
Aditya Prajapati, Meenesh R. Singh
Sustainable Chemistry & Engineering
DOI: 10.1021/acssuschemeng.8b04969
Assessment of Artificial Photosynthetic Systems for Integrated Carbon Capture and Conversion
Aditya Prajapati, Meenesh R. Singh
Sustainable Chemistry & Engineering
DOI: 10.1021/acssuschemeng.8b04969
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