Como o
futebol de robôs está ajudando a revolucionar a robótica
Com
informações da Agência Brasil - 25/10/2017
Robôs jogadores de futebol de projeto
livre estão ajudando a mudar a área inteira da robótica, indo muito
além da sua aparência de entretenimento.[Imagem: Felix Oprean/Uni Bonn]
Aprendizado de robôs
Um projeto desenvolvido pelas
universidades de Campinas (Unicamp) e Federal de São Paulo (Unifesp) está
usando simuladores de alta-fidelidade para desenvolver algoritmos de
aprendizagem, que são a seguir transferidos para robôs reais.
O trabalho destaca-se por reunir
sistemas cognitivos que fazem os robôs aprenderem a enxergar as coisas, a se
comportar e a tomar as decisões corretas, retransmitindo esses comportamentos e
aperfeiçoando-os.
"Uma das formas de aprender
é por imitação e também por interação com o ambiente. O robô interage com o
mundo e aprende como se comportar da melhor forma, de acordo com o que a gente
quer, como correr, andar, pegar alguma coisa. A gente escreve algoritmos de
aprendizado por reforço para que eles aprendam como realizar determinadas
tarefas," explica a professora Esther Luna Colombini.
Treino no futebol
Um dos principais bancos de
testes da equipe é o futebol de robôs porque as técnicas necessárias para
driblar o adversário, localizar os companheiros e adversários, encontrar espaço
para um passe e atuar em equipe para objetivos comuns - defender-se e fazer
gols - são mais difíceis do que se pode imaginar a princípio e podem ser usadas
em uma gama variada de aplicações.
As técnicas são experimentadas e
estudadas dentro desse contexto porque ele é complexo, mas podem ser
transferidas para diversas outras áreas de aplicação. Com isto, o
desenvolvimento tem um alcance muito além da prática do futebol ou da
participação em competições.
"O projeto de locomoção de
robôs pode ser transferido para um exoesqueleto que ajude uma pessoa que tenha
deficiência, por exemplo," exemplifica Esther. "O sistema que usamos
para o robô se localizar dentro do campo pode ser usado por um robô que está
fazendo a limpeza de uma casa saber onde está, quais áreas já limpou, para onde
tem que ir. O mesmo sistema de localização pode ser usado por um robô aéreo que
vai identificar desmatamento em uma área. Muitas vezes o uso não é direto, mas
as técnicas são usadas para cenários parecidos."
Os robôs cirurgiões estão
entre os que mais têm a ganhar com o aprendizado a partir da observação do
trabalho de humanos. [Imagem: University of Washington]
Robôs para interação com humanos
Atualmente, muitos robôs são
usados em procedimentos cirúrgicos ou para agilizar processos em fábricas. Para
essas aplicações, eles não necessariamente precisam ser humanoides. Mas é
fundamental que os robôs que passarão a ter maior interação com seres humanos
ou que serão usados para entretenimento estejam mais próximos aos humanos em
comportamento, movimento e até na fala.
"Cada vez mais os robôs
estão sendo usados em aplicações onde tem humanos, isso significa que eles têm
que aprender a não colidir com humanos, a entregar objetos, tem toda essa parte
de coordenação dos movimentos, mas também tem a parte de entender as emoções
humanas, como reconhecer a voz, o humor, então temos muitos estudos da parte da
psicologia e da cognição para tentar refletir isso nos robôs", acrescenta
Esther.
De acordo com a pesquisadora, o
desenvolvimento da robótica está se acelerando devido a uma mudança de direção
na forma como o desafio passou a ser encarado.
"Essa área está focando
muito em algo que é típico do humano, que é a capacidade de aprender, isso é o
que está mudando a área. Em vez de fazermos programas que resolvam os problemas
da forma como mandamos, queremos necessariamente que o sistema aprenda com o
ambiente a resolver da melhor forma," finalizou Esther.
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