Brasil
tem poucos laboratórios para fazer ciência de ponta
Com
informações do MCTI - 04/05/2016
Laboratórios
pequenos
Laboratórios de pequeno porte,
sem equipamentos de ponta ou equipes multidisciplinares. Esse é o retrato da
infraestrutura de pesquisa científica do país, que dificulta a competitividade
global da ciência brasileira.
A conclusão é de Fernanda De
Negri, diretora de Estudos e Políticas Setoriais de Inovação do IPEA (Instituto
de Pesquisa Econômica Aplicada).
A pesquisa, que avaliou 1.760 laboratórios
de 143 instituições, onde trabalham 7.090 pesquisadores, gerou a publicação Sistemas
Setoriais de Inovação e Infraestrutura de Pesquisa no Brasil.
"Essa média de quatro
pessoas por unidade significa uma infraestrutura pequena, pulverizada e fragmentada.
Esse, talvez, seja o pior problema da ciência brasileira," comentou
Fernanda. "Temos poucos laboratórios grandes. A maioria tem valor estimado
de até R$ 500 mil, ou seja, de modo geral, são pequenas salas dentro de
departamentos das universidades, onde atuam duas pessoas, o professor e um
aluno."
Pesquisa de ponta
O estudo indica menos de 20
laboratórios com valor estimado do conjunto de seus equipamentos superior a R$
15 milhões. "Isso em uma amostra de 1.760. Esse dado expõe a dificuldade
do pesquisador brasileiro para competir com quem trabalha em grandes centros do
exterior", apontou Fernanda.
"Para fazer pesquisa de
ponta, você precisa de multidisciplinaridade, grandes instalações e bastante
gente trabalhando em temas similares. Esses laboratórios pequenos são muito
mais para ensino ou para aquela pesquisa de mestrado, doutorado, não é para
fazer algo de ponta," acrescentou.
A diretora do Ipea destacou como
exceções o Laboratório de Integração e Testes do INPE e unidades do Centro
Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), da Empresa Brasileira de
Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
"Essas instituições são
pontos fora da curva, que se diferenciam da massa da infraestrutura no Brasil.
São centros maiores, com equipes multidisciplinares e equipamentos de uso
multiusuário," avaliou.
Para a pesquisadora, o próximo
passo será comparar a infraestrutura nacional a de outros países, a fim de
tirar lições das experiências.
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