sexta-feira, 13 de maio de 2016

Brasil precisa fazer ciência de ponta



Brasil tem poucos laboratórios para fazer ciência de ponta
Com informações do MCTI -  04/05/2016











Laboratórios pequenos
Laboratórios de pequeno porte, sem equipamentos de ponta ou equipes multidisciplinares. Esse é o retrato da infraestrutura de pesquisa científica do país, que dificulta a competitividade global da ciência brasileira.

A conclusão é de Fernanda De Negri, diretora de Estudos e Políticas Setoriais de Inovação do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada).

A pesquisa, que avaliou 1.760 laboratórios de 143 instituições, onde trabalham 7.090 pesquisadores, gerou a publicação Sistemas Setoriais de Inovação e Infraestrutura de Pesquisa no Brasil.

"Essa média de quatro pessoas por unidade significa uma infraestrutura pequena, pulverizada e fragmentada. Esse, talvez, seja o pior problema da ciência brasileira," comentou Fernanda. "Temos poucos laboratórios grandes. A maioria tem valor estimado de até R$ 500 mil, ou seja, de modo geral, são pequenas salas dentro de departamentos das universidades, onde atuam duas pessoas, o professor e um aluno."

Pesquisa de ponta
O estudo indica menos de 20 laboratórios com valor estimado do conjunto de seus equipamentos superior a R$ 15 milhões. "Isso em uma amostra de 1.760. Esse dado expõe a dificuldade do pesquisador brasileiro para competir com quem trabalha em grandes centros do exterior", apontou Fernanda.

"Para fazer pesquisa de ponta, você precisa de multidisciplinaridade, grandes instalações e bastante gente trabalhando em temas similares. Esses laboratórios pequenos são muito mais para ensino ou para aquela pesquisa de mestrado, doutorado, não é para fazer algo de ponta," acrescentou.

A diretora do Ipea destacou como exceções o Laboratório de Integração e Testes do INPE e unidades do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

"Essas instituições são pontos fora da curva, que se diferenciam da massa da infraestrutura no Brasil. São centros maiores, com equipes multidisciplinares e equipamentos de uso multiusuário," avaliou.

Para a pesquisadora, o próximo passo será comparar a infraestrutura nacional a de outros países, a fim de tirar lições das experiências.

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