Rumo ao
cérebro artificial, sinapses eletrônicas já aprendem sozinhas
Redação do
Site Inovação Tecnológica - 17/04/2017
Impressão
artística da sinapse eletrônica: as partículas representam elétrons que circulam
através de um óxido, em analogia com os neurotransmissores nas sinapses
biológicas. O fluxo de elétrons depende da estrutura do domínio ferroelétrico
do óxido, que é controlada por pulsos elétricos. À direita, estrutura do
componente real.[Imagem: Sören Boyn/CNRS/Thales]
Aprendizado de máquina autônomo
Pesquisadores franceses criaram
uma sinapse artificial capaz de aprender sozinha, sem que os humanos precisem
se dedicar ao tedioso trabalho de treiná-la para que ela aprenda a executar
suas funções.
Este é um passo importante para a
criação de circuitos biomiméticos mais complexos, inspirados no funcionamento
do cérebro.
O processo de aprendizagem do
cérebro está ligado às sinapses, que servem de ligação entre os neurônios.
Quanto mais a sinapse é estimulada, mais a conexão é reforçada, melhorando a
aprendizagem.
Soren Boyn e seus colegas do CNRS
imitaram esse conceito usando um tipo especial do já bem conhecido memoristor, um componente que também consegue se
lembrar das correntes elétricas que já o percorreram anteriormente, o que faz
com que ele funcione como uma espécie de sinapse artificial.
O que a equipe conseguiu fazer de
novidade foi desenvolver um modelo físico capaz de prever como a sinapse
artificial irá funcionar. Esse entendimento do processo, escrevem eles, tornará
possível criar sistemas mais complexos e "máquinas mais
inteligentes", tirando proveito de uma série de memoristores
interconectados.
"Com base neste modelo
físico, nossas simulações mostram que as matrizes de nano-sinapses
ferroelétricas podem aprender autonomamente a reconhecer padrões de forma
previsível, abrindo o caminho para a aprendizagem não-supervisionada em redes
neurais," escreveu a equipe.
Câmera inteligente
O próximo passo será testar se o
modelo funciona realmente e, para isto, o grupo está trabalhando em um conceito
inovador de uma câmera que será dotada de um sensor inteligente, que aprenderá
como lidar com a luz.
Se tudo funcionar como eles
planejam, os píxeis do sensor da câmera ficarão inativos até que detectem uma
mudança no ângulo de visão, quando então se ativarão autonomamente.
Os ganhos esperados são que a
câmera leve menos tempo para detectar objetos selecionados e consuma menos
energia, já que os píxeis ficarão mais desligados do que ligados.
Bibliografia:
Learning through ferroelectric domain dynamics in solid-state synapses
Sören Boyn, Julie Grollier, Gwendal Lecerf, Bin Xu, Nicolas Locatelli, Stéphane Fusil, Stéphanie Girod, Cécile Carrétéro, Karin Garcia, Stéphane Xavier, Jean Tomas, Laurent Bellaiche, Manuel Bibes, Agnès Barthélémy, Sylvain Saïghi, Vincent Garcia
Nature Communications
Vol.: 8: 14736
DOI: 10.1038/NCOMMS14736
Learning through ferroelectric domain dynamics in solid-state synapses
Sören Boyn, Julie Grollier, Gwendal Lecerf, Bin Xu, Nicolas Locatelli, Stéphane Fusil, Stéphanie Girod, Cécile Carrétéro, Karin Garcia, Stéphane Xavier, Jean Tomas, Laurent Bellaiche, Manuel Bibes, Agnès Barthélémy, Sylvain Saïghi, Vincent Garcia
Nature Communications
Vol.: 8: 14736
DOI: 10.1038/NCOMMS14736
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