Fotossíntese
reversa pode fazer revolução verde na indústria
Redação do Site Inovação Tecnológica -
18/04/2016
A luz solar aumenta a energia do pigmento, fazendo-o transferir um
elétron para a enzima LPMO, reduzindo o cobre na enzima, ativando o oxigênio e
oxidando o polissacarídeo.[Imagem: David Cannella et al. -
10.1038/ncomms11134]
Fotossíntese reversa
Pesquisadores da Universidade de
Copenhague, na Dinamarca, descobriram um processo natural que eles batizaram de
fotossíntese reversa.
A luz solar é coletada pela
clorofila, a mesma molécula utilizada pela fotossíntese. Contudo, em vez de
montar novos compostos para a planta, a energia dos raios solares quebra a
biomassa em seus elementos constituintes.
Isto tem inúmeras aplicações,
sobretudo na substituição de derivados do petróleo, na produção de
biocombustíveis e de bioplásticos, por exemplo.
"Isto estava bem debaixo dos
nossos narizes o tempo todo, e ainda assim ninguém nunca percebeu: a
fotossíntese, por meio do Sol, não apenas permite que as coisas cresçam; os
mesmos princípios podem ser aplicados para quebrar a matéria vegetal,
permitindo a liberação de substâncias químicas.
"Em outras palavras, a luz
solar direta alimenta processos químicos. A imensa energia na luz solar pode
ser usada para que os processos sejam realizados sem entradas adicionais de
energia," explicou o professor Claus Felby.
Revolução verde
O processo consiste em combinar a
energia da luz do Sol com uma enzima específica, chamada LPMO, liberando
elétrons que quebram a biomassa, gerando compostos químicos, biocombustíveis ou
outros produtos.
"Algumas das reações, que
atualmente levam 24 horas, podem ser realizadas em apenas 10 minutos utilizando
o Sol. [Esta] descoberta significa que, usando o Sol, podemos produzir
biocombustíveis e bioquímicos para coisas como plásticos - mais rápido, com
menores temperaturas e com melhor eficiência energética," disse David
Cannella, principal autor da descoberta.
Ao aumentar a velocidade de
produção, ao mesmo tempo reduzindo a energia consumida e diminuindo a poluição,
a técnica tem o potencial para revolucionar a produção industrial, caso possa
ser escalonada para grandes volumes.
Os pesquisadores ainda não sabem
se a "fotossíntese reversa" é usada pela natureza em larga escala,
mas há indícios de que fungos e bactérias combinam a luz, a clorofila e
mono-oxigenases para acessar açúcares e nutrientes nas plantas.
Bibliografia:
Light-driven oxidation of polysaccharides by photosynthetic pigments and a metalloenzyme
David Cannella, K. B. Möllers, N.-U. Frigaard, P. E. Jensen, M. J. Bjerrum, K. S. Johansen, C. Felby
Nature Communications
Vol.: 7, Article number: 11134
DOI: 10.1038/ncomms11134
Light-driven oxidation of polysaccharides by photosynthetic pigments and a metalloenzyme
David Cannella, K. B. Möllers, N.-U. Frigaard, P. E. Jensen, M. J. Bjerrum, K. S. Johansen, C. Felby
Nature Communications
Vol.: 7, Article number: 11134
DOI: 10.1038/ncomms11134
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